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ENDOMETRIOSE CUTÂNEA UMBILICAL Ou Endometriose No Umbigo.

  • Kawana Schimidt
  • 29 de mar. de 2016
  • 3 min de leitura

Bom dia queridas leitoras, vamos falar hoje sobre um caso não muito conhecido mais também não muito raro que é a Endometriose Cutânea Umbilical ou Endometriose no Umbigo.

RESUMO

A endometriose é definida como a presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina. Ela ocorre em 8 a 15% das mulheres em idade fértil, sendo o local mais comum a cavidade pélvica.

No entanto, implantes extra-pélvicos não são incomuns, ocorrem em 12% dos casos de endometriose.

Estes, geralmente, surgem após o translocamento iatrogênico de massas endometriais para cicatrizes cirúrgicas, mais comumente durante cirurgia cesareana, em 1% dos casos.3,4 Os locais acometidos são a região umbilical, pele e tecido celular subcutâneo, períneo, pleura e parede de hérnias.

A localização cutânea é rara, porém deve ser sempre pensada quando estamos diante de lesões que se modificam com o período menstrual.1 A endometriose umbilical ocorre em 0,5 a 1% dos casos de endometriose e pode ser classificada como primária ou secundária, de acordo com a sua etiologia.

A endometriose nodular umbilical é considerada uma doença rara, que dificilmente é pensada como hipótese diagnóstica por dermatologistas, principalmente na forma primária. Esta surge espontaneamente, sem passado de cirurgia pélvica e não apresenta modificações das características durante o período menstrual, como aumento de volume, dor ou sangramento.

Além disso, faz diagnóstico diferencial com doenças graves, como metástase umbilical de neoplasias do trato gastrointestinal (nódulo da irmã Maria José).

Existem dois tipos de endometriose, de acordo com a sua etiologia: primária e secundária. A endometriose secundária é a mais comum e surge após procedimentos cirúrgicos no abdome e pelve, como cesárea e laparotomia.5,6 A endometriose primária não surge após cirurgias, ela ocorre em 0,5 a 1% dos casos de endometriose e sua localização mais comum é o umbigo.

A teoria patogênica mais aceita para a endometriose cutânea secundária é a implantação direta de células endometriais na cicatriz cirúrgica. No entanto, outras teorias como a embolização sanguínea e linfática8 e a diferenciação de células celômicas pluripotenciais na pele foram descritas, e também explicariam os casos de endometriose primária. A maioria dos autores acredita em uma origem multifatorial para a endometriose.

A clínica da endometriose umbilical típica consiste em lesão nodular acastanhada, eritematosa ou violácea, que aumenta de volume, sangra e dói durante o período menstrual. No entanto, os sintomas podem ocorrer fora desse período, ou o quadro pode ser assintomático. A maioria dos pacientes, cerca de 73%, não apresentam endometriose em outros locais.

A histopatologia é essencial para o diagnóstico e caracteriza-se pela presença de glândulas endometriais retilíneas ou tortuosas revestidas por epitélio colunar pseudo estratificado com secreção ativa, estroma fibrovascular típico, eritrócitos extravasados e hemossiderina.

A imunohistoquímica pode auxiliar no diagnóstico quando é positiva para receptores hormonais de estrogênio e progesterona e negativa para antígeno carcinoembrionário. Entretanto, se a imunohistoquímica for negativa não exclui o diagnóstico de endometriose.

A aspiração por agulha fina pode ser utilizada para diagnóstico em alguns casos, mas os achados citológicos típicos podem ser confundidos com carcinoma metastático.

A ultrassonografia pode mostrar o aspecto cístico da lesão, já a tomografia e a ressonância podem ajudar no diagnóstico diferencial e definir a extensão da lesão, quando esta é mal definida. Como em 25% dos casos ocorre endometriose pélvica simultaneamente, uma tomografia desta região e uma avaliação ginecológica são essenciais para avaliação de outros possíveis implantes.

O diagnóstico diferencial para lesões nessa localização incluem: hérnia, evisceração, granuloma de corpo estranho, neuroma, hemangioma, granuloma telangectásico, cisto, tumores anexiais, melanoma e metástase de neoplasia do trato gastrointestinal (nódulo da irmã Maria José).

O tratamento de escolha é a excisão cirúrgica. Alguns autores advogam o uso de terapia hormonal com danazol e progesterona, porém com objetivos diferentes. Enquanto uns utilizam esta terapia para tratamento de lesões menores de 2 cm, outros a utilizam em nódulos maiores de 2 cm com o intuito de reduzir seu volume antes de realizar uma abordagem cirúrgica.

Apesar de ser rara é de extrema importância a avaliação de possível transformação carcinomatosa.

Neste caso, através do exame histopatológico, foi realizado o diagnóstico de endometriose de localização umbilical e classificada como primária, por não haver relato de cirurgia prévia. A paciente foi encaminhada para ginecologia, para pesquisar a possibilidade de outros implantes endometriais e será encaminhada para excisão completa da lesão.

Foto exemplo de Endometriose Cutânea Umbilical :

 
 
 

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