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Endometriose Ovariana ou Endometriomas de Ovário?

  • Kawana Schimidt
  • 20 de mar. de 2016
  • 4 min de leitura

Boa noite queridas como foi o domingo de voces? por aqui foi tudo bem tranquilo e favoravel, hoje vim falar com voces sobre a endometriose ovariana também conhecida como endometriomas de ovario. Mas Kawana as duas são a mesma coisa? Sim, porém com nomes diferentes em termos medicos.

Endometriose Ovariana

Endometriose ovariana é um tipo de endometriose que se apresenta como endometriomas, ou seja, cistos no ovário com conteúdo líquido achocolatado, que variam de tamanho, podendo atingir grandes volumes. Acometem 17% a 44% das pacientes com endometriose. Em cerca de 98,9% dos casos apresentam outro foco de endometriose, estando normalmente associados a aderências ao peritônio posterior e uma chance aumentada de endometriose intestinal. Podem ser bilaterais, mas, ocorrem mais frequentemente no ovário esquerdo.

Não há um consenso sobre a origem da formação do endometrioma, podendo ser devido a uma invaginação do foco endometriótico da superfície para o parênquima ovariano ou ao sangramento de um foco dentro de um cisto ovariano prévio ou do parênquima ovariano. Muitos casos são assintomáticos e a descoberta é um achado em exames de imagem. Em muitos casos estão associados a quadro clínico de dor, dispareunia (dor durante a relação sexual) e infertilidade.

O diagnóstico faz-se por exames de imagem como ultrassom transvaginal com preparo intestinal e ressonancia nuclear magnética da pelve. Em relação ao tratamento, a endometriose ovariana não responde ao tratamento clínico, como com o uso de medicamentos que suspendam a menstruação. Outra opção de tratamento que deve ser evitada é a aspiração do cisto guiada por ultrassonografia, o que não é considerado uma boa alternativa devido aos altos índices de recorrência e ao risco de infecção, além de não permitir a retirada de tecido para estudo histopatológico.

O tratamento cirúrgico dos endometriomas é a alternativa terapêutica mais aceita e adequada de acordo com o pensamento atual. Entre as opções cirúrgicas, ooforectomia (retirada dos ovários) deve sempre ser evitada em pacientes em idade reprodutiva.

Em relação a cirurgias conservadoras, existem duas opções: drenagem e cauterização da cápsula do cisto ou excisão completa do endometrioma com ooforoplastia. Numa revisão da biblioteca Cochrane essas duas modalidades de cirurgia conservadora foram comparadas e os resultados mostraram que a retirada cirúrgica da parede dos endometriomas apresenta menores taxas de recorrência dos sintomas como dor, dispareunia e dismenorréia; menor taxa de necessidade de nova cirurgia; além de menor taxa de recorrência do endometrioma. Para as pacientes que tentaram engravidar após o procedimento, as taxas de gravidez espontânea foram maiores no grupo de mulheres inférteis onde realizou-se a excisão da parede do cisto

Entretanto, por ser um tratamento invasivo, a grande discussão que surge é: Quando devemos tratar o endometrioma?

As indicações primárias para o tratamento dos endometriomas ovarianos são os sintomas de dor, a infertilidade e possibilidade de interferir com os tratamentos de infertilidade. Estudos têm mostrado o alívio dos sintomas de dor após o tratamento cirúrgico do endometrioma, com baixas taxas de recidivas. Em relação à infertilidade, estudos demonstram que a excisão de endometriomas pode aumentar a taxa de gestação em 50% após o procedimento.

Outra indicação de retirada dos endometriomas é a suspeita de malignidade. Sabe-se que um cisto diagnosticado por ultrassom como endometrioma tem uma chance menor de 1% de ser um cisto maligno, mas a possibilidade existe, portanto, um cisto persistente e grande (maior que 4 cm), em crescimento ou cujas características vem mudando e tornando-se mais suspeitas de malignidade, devem ser retirados.

No contexto de infertilidade, também normalmente utiliza-se o critério de tamanho (> 4 cm) para se indicar a cirurgia, mas ainda não há consenso. Endometriomas grandes podem prejudicar o tratamento de reprodução assistida, mas por outro lado a cirurgia para retirada do endometrioma leva a uma perda de tecido ovariano, diminuindo sua reserva ovariana, ou seja, número de óvulos disponíveis. Assim, o manejo do endometrioma em pacientes que serão submetidas a reprodução assistida deve ser particularizado levando em conta: sintomas, tamanho e localizações (se atrapalham ou impedem a captação de oócitos para fertilização in vitro, por exemplo).

A via de abordagem cirúrgica pode ser laparotomia (corte usual no abdome) ou laparoscopia (cirurgia por vídeo).

Normalmente opta-se pela cirurgia videolaparoscópica por ter melhor recuperação pós operatória, menos dor e ser esteticamente favorável (incisão menor). Além disso, temos uma visão ampliada pela câmera, facilitando a visualização de outros possíveis focos de endometriose. Entreatanto a cirurgia por vídeo necessita de uma maior experiência do cirurgião. A curva de aprendizado é maior e em mãos inexperientes, pode acabar deixando doença, o que diminuiu o sucesso do tratamento e aumenta a recidiva; ou, por outro lado, levar a uma perda considerável de tecido ovariano normal, o que pode ser muito deletério nos resultados reprodutivos.

Recentemente, avanços vem surgindo nesta modalidade de cirurgia, com introdução de materiais cada vez mais precisos e com melhores imagens, tornando a cirurgia cada vez mais efetiva e segura. Uma novidade que vem sendo introduzida nas cirrugias de endometriose é auxílio da robótica. A cirurgia robótica apresenta algumas vantagens em relação a laparoscopia convencional, entre elas:

- Permite que o cirurgião fique sentado confortavelmente, visualizando a cavidade pélvica e abdominal de forma tridimensional;

- Aumenta a dextreza e precisão do cirurgião, importante prinicipalmente quando se trabalha com estruturas delicadas. Com essa maior precisão, menos tecido ovariano sadio é lesado na exérese do endometrioma, por exemplo.

- Elimina possíveis tremores naturais do cirurgião.

Com tudo isso, hoje é possível tratar a doença de forma satisfatória interferirindo o mínimo possível e preservando ao máximo o órgão e, principalmente, a reserva ovariana.

 
 
 

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